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Campanha da Prefeirua de Aracaju para Matrícula na Rede Muncipal de Ensino Reproduz o Racismo

Por: Robson Anselmo

        Enquanto assisto a revista eletrônica semanal, Fantástico, que traz uma matéria sobre o racismo estrutural que caracteriza o sistema de segurança e justiça brasileiro, em que 83% dos que são imputados a crimes e considerados criminosos, a partir do reconhecimento fotográfico são negros. Fato que dialogo simetricamente com a realidade do sistema prisional, no qual a população carcerária é majoritariamente negra, como que se no Brasil somente os negros cometessem crimes. Para nós negros e negras, apesar desta realidade nos indignar, não nos causa surpresa.

       No entanto, chamou a minha a propaganda da Prefeitura de Aracaju, em sua campanha pela matrícula de alunos na Rede Municipal de Ensino. Pois, não tem como tornar invisíveis os personagens que aparecem no vídeo e não perceber que mesmo reproduz o racismo que tanto caracteriza a sociedade brasileira e por qual os segmentos antirracistas têm travado hercúlea batalha por sua superação.

        O vídeo da campanha de matrículas na Rede Municipal de Ensino, resgata estereótipos sobre a população negra, calcado na cultura racista que determina o lugar do negro na sociedade. Lugar este de submissão em todas as dimensões da vida social, notadamente, no universo do mundo do trabalho, que historicamente reservou aos negros as ocupações mais subalternas. No caso em destaque, o papel da mulher negra, na condição de empregada doméstica. Não que seja demérito o exercício do trabalho doméstico. Porém, devemos sempre questionar esse lugar destinado à mulher negra como se natural fosse.

       Ainda chama a atenção tal material ser aplicado na campanha, originalmente gestada numa Secretaria de Educação, que deve ter o compromisso ético com a superação do racismo, dentre outras coisas porque a maioria dos estudantes da Rede Municipal de Educação, é predominantemente negra.

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